Respire suave e tranquilamente… Comece, então, a observar seus anseios… A inquietação da sua mente…
Você tem a capacidade de ficar sozinho e em silêncio? Simplesmente em contato consigo mesmo?
Perceba… A capacidade de estar sozinho é a capacidade de amar. E isso pode parecer paradoxal a você, mas não é. Essa é uma verdade existencial.
Somente pessoas que são capazes de estar a sós, são capazes de amar, de compartilhar. De ir no mais profundo âmago da outra pessoa sem possui-la, sem se tornar dependente do outro, reduzindo o outro a uma coisa e sem ficar viciado no outro, também.
Essas pessoas permitem ao outro liberdade absoluta, pois sabem que se o outro for embora eles serão tão felizes como são agora. A felicidade deles não pode ser tirada pelo outro porque não foi dada pelo outro.
Osho diz: Solidão é ausência do outro; solitude é sua própria presença.
Perceba… Nascemos sozinhos, vivemos sozinhos e morremos sozinhos. Solitude é nossa própria natureza, mas não estamos conscientes disso. E por não estarmos conscientes disso, em lugar de ver nossa solitude como uma tremenda beleza e êxtase, silêncio e paz; um estar à vontade com a existência… Nós a confundimos com solidão.
A solitude é uma presença, uma presença transbordante. Você está tão pleno de presença que você pode preencher todo o universo com ela, e não há necessidade de alguém mais. O que é necessário não é algo para que você possa esquecer sua solidão. O que é necessário é que você se torne consciente de sua solitude – a qual é uma realidade.
Você não ama sua mulher, está simplesmente usando-a para não estar só. Nem ela também o ama, pois está sob a mesma paranoia; ela está lhe usando para não se sentir sozinha. Tudo em nome do amor.
Todo mundo foge correndo da solidão. Ela é como uma ferida, dói.
Originalmente as pessoas não ficam felizes quando sozinhas. Elas se sentem muito vazias, acham que alguma coisa está faltando. Não podem viver sozinhas por muito tempo – elas buscam um relacionamento. Dessa forma o relacionamento é somente uma fuga de si mesmo.
Existem apenas dois tipos de pessoas: aquelas que fogem de sua solidão – a maioria, 99,99% das pessoas fogem de si mesmas; e o restante – 0,01% são os meditadores, que dizem: “Se a solidão é uma verdade, então é uma verdade; portanto não faz sentido fugir dela. É melhor penetrar nela, encontra-la, encará-la como ela é”.
Osho diz:
Milhões de pessoas continuam mantendo seus relacionamentos mesmo que sejam simplesmente um inferno! Apenas devido ao medo de que serão abandonadas sozinhas; eles continuam apegados.
É uma miséria, um grande sofrimento, é uma tortura, mas ao menos alguém lhe faz companhia. Em comparação com ser deixado só, é melhor ser miserável, mas estar com alguém.
Essa é uma das razões porque milhões de pessoas prosseguem sofrendo e ainda assim se apegam aos mesmos relacionamentos – os quais não dão a eles nenhum conforto. Mas que são simplesmente destrutivos.
Somente o homem ou mulher que seja capaz de estar sozinho, também é capaz de se relacionar sem ser destruído por isso, pois estar sozinho não é mais um medo. Se algum relacionamento gera miséria, você simplesmente sai fora dele – ninguém pode lhe impedir.
É uma situação bem patética que milhões de pessoas estejam apegadas uns aos outros, simplesmente devido ao medo de que sejam abandonados e deixados sozinhos.
E estar só é a nossa natureza; não há nada a temer, você só precisa experienciar isso.
Uma vez que você experiencia no seu profundo silêncio do coração a
beleza de sua solitude, o êxtase de sua solitude, todo medo desaparece, e você rirá de seu passado, de quão estúpido você foi e o que você tem feito consigo mesmo.
Fonte: Blog do Osho